quarta-feira, 11 de agosto de 2010

MOMENTOS POÉTICOS SOBRE OS ENGENHOS DE SÃO MIGUEL DE TAIPU PARAIBA


ENGENHO OITEIRO
(Autoria: Fernando Targino da Cunha)


Desse engenho na minha juventude
Não tenho lembrança alguma
Pois ficava na curva do rio
Era difícil por essas bandas passar


Conhecia do dono de vista
Pois o mesmo para corredor passava
Como morava perto da estrada
Parava para com meus pais conversar


Quem conhecia o engenho Outeiro
Sabia dar o seu valor
O curral e cercado era novo
Tinha fama de bom zelador
Com a decadência dos engenhos
O Corredor logo comprou
aumentando as suas terras




ENGENHO TAIPU
(Autor: Fernando Targino da Cunha)


Morar de frente para esse engenho
parecia ser obra da natureza
Quando olhava pro outro lado do rio
Via a fumaça no bueiro
Era um esplendor de beleza.
Gostava de atravessar o rio
Para cana de açúcar buscar
Enfrentava qualquer correntezas do rio
Só para algumas canas pegar
Não sabia o perigo que corria ao rio atravessar.

Outro dia acordei e olhei para engenho
Fumaça já não saía mais de lá
Até hoje não entendi nada
Por que o engenho apagou
E da saudade que me deixou.

Pensei comigo mesmo um dia
Quando o fogo apaga acabou
Nunca mais fumaça saiu
Até o bueiro derrubou
O engenho hoje, o povo tomou.



ENGENHO MARAVALHA
(Autor: Fernando Targino da Cunha)


Maravalha, Maravalha querida
Dela bem posso me lembrar
De lá não comi rapadura e mel
Mas cana ainda pôde chupar.

Esse engenho era bem animado
Todo mundo fala bem
Galinhas e gansos tinham a vontade
Que dava medo por lá passar

Tinha um grande pomar no engenho
Com frutas de todas as qualidade
Quando era fins de semana
De balaios povo vinha pegar.

Era assim que me lembro de Maravalha
Das lembranças dessa família
Com a morte do chefe abandonada ficou
De engenho que era antes assentamento virou.



ENGENHO NOVO
(Autoria: Fernando Targino da Cunha)


O Engenho Novo me lembra bem
Da fumaça do bueiro saindo.
São lembranças de um menino
Que admirava de longe.

Nesse engenho nunca fui lá
Algumas coisas ouviam comentar
Como aconteceu com os vizinhos.
Fumaça já não saia de lá
Com o passar dos tempos
Partes de suas terras foram griladas
Onde hoje dos donos só existe
A copa do engenho preservado.


ENGENHO ITAPUÁ
(Autor Fernando Targino da Cunha)


Esse engenho não conhecia
Apenas ouvia de longe falar
As história não eram boas
Eram sempre de arrepiar.
Quem já morou nesse engenho
É que bem pode falar
Coisas de assombração havia
Também pra bandas de lá
Esse engenho vivificou nossa história
Pois tudo de lá começou
As raízes da escravidão são tristes
Vidas foram tiradas sem perdão.
Era um engenho de cabra bravo
Que na decadência a usina comprou
Com o afastamento dos bravos
O engenho o povo tomou.


ENGENHO LAGOA PRETA
(Autor Fernando Targino da Cunha)


O Engenho Lagoa Preta não conhecia
Avistava as vezes de longe
Quando ia a estação de Coitezeira
Com a minha mãe pegar o trem das onze

Esse engenho era considerado
O mais bonito da região
Sua cor de rosa de longe
Logo chamava atenção

Um dia por força do destino
Caiu sobre ele a maldição
Saiu de casa com amigos
Os seus assassinos são

Andou sempre com os inimigos
Como se fosse seus irmãos
Sem saber que um dia fosse
Banhar de sangue seu próprio chão.




ENGENHO CORREDOR
(Autor Fernando Targino)
Corredor foi onde nasci,
foi lá que também cresci,
ganhei meus primeiros dinheiros,
e também ganhei conhecimento,
andei de carro de boi,
e andei também de jumento.
A casa grande foi o meu lá
TV também conheci ai,
ralava a barriga na janela e não
vi o tempo passar,
são coisas de minha infância
que muito quero lembrar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário